segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ama-me

Satisfaça-me
Com a coragem de olhar-me
Com verdade.
Agrade-me
Com a audácia de ser
Quem tú és.
Introduza-se
Lentamente em meus pensamentos.
Inspire-me.
Para que eu possa alimentar-me
De poesia.
Ama-me
Para que essas sejam oferecidas á você.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A vida

A vida nos permite
Vivenciar certos privilégios
Que nossos olhos carnais
O nomeiam insignificantes.
A vida nos permite
Alguns exageros,
Algumas intolerâncias.
Mas nós não a agradecemos,
Pois somos prepotentes.
A vida nos permite,
Ter o céu e flores na primavera,
Mas nós não a notamos,
Pois estamos ocupados
Em sermos egoístas.
A vida só nos permite,
Pois reconhece dentro de Deus
A nossa imaturidade
E a nossa necessidade
De levá-la à tiracolo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sozinha

As vezes sou sozinha,
Lúcida e só.
Me desfaço de máscaras,
Me desmonto por completo.
As vezes sou sozinha,
Sem mesclar com solidão.
Dou espaço a mim mesma,
Deixo falar meu coração.
As vezes sou sozinha,
E não tenho medo de mim.
Abro a gaiola,libero meu ser
E deixo que voe em meu jardim.
As vezes sou sozinha,
E não há impedimentos nem privações.
Me divido,me multiplico,
Viajo em ocultas dimensões.

Outra face

E agora,outra face,
Se fez sob meu ser.
Uma face tênue e vibrante,
Detalhadamente jovial;
Uma face que esbanja mocidade.
Árdua mocidade.
Vulnerável e sagaz.
E agora,uma metamorfose,
Se fez diante dos meus olhos.
Que se mantiveram vendados,
Por muito tempo
Ou por todo tempo do mundo.
E agora,outra face,
Se fez sob meu coração.
Uma face acolhedora,
Que divide-se entre amados
Tudo o que eu pude lhes oferecer.

Sonhos de Porcelana

Avistei uma porcelana branca.
Magnífica em seus detalhes,
E isso me fez recordar,
Alguns sonhos impetuosos.
Há sonhos inabaláveis,
Que afincam-se a nós
E se tornam parte da nossa alma.
Sonhos são necessários,
São intocáveis,irreversíveis.
Sonhos são como porcelana,
Que nos deslumbra com sua pefeição
E com sua fragilidade.
Mas não o sinta fraco.
Pois se assim o sentir,
Assim sua alma estará.

Ele

Ele não se importa comigo,
Nem com as minhas poesias.
Ele sabe ser escasso,
E ainda assim me instiga
Á má intenção de conseguí-lo.
Ele não se prende aos meus detalhes,
Nem se impressiona com meu diálogo.
Ele está distante da imparcialidade
E de tudo o que possa me agradar.
Ele sabe como nenhum outro ser,
Prender-me aos seus defeitos.
E infeitiçar-me de modo preciso.
Ele insiste em não aproveitar-me.
E talvez esse seja o motivo
De querê-lo tanto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Temperamentais

Pessoas temperamentais
Me dispertam gradativamente.
Adoro metamorfoses,
Mas insisto em manter o meu eu.
Não sou infuenciável.
Descobri que isso é altamente incómodo.
Respeito a opinião de todos,
Mesmo que não respeitem a minha.
Aprendi que ficar calada,
Pode ser um mantra
E impedir vários conflitos.
Aprendi que os opostos se atraem,
Mas não permanecem juntos por muito tempo.
Aprendi que excesso de coisas em comum,
também pode separar duas pessoas.
Descobri que o que vai,volta.
E que o que for seu,é seu.
Aprendi a ser eu mesma,
Sem me importar com comentários alheios.
Eles nunca saberão nada da minha vida.
Só o que os convêm e o que fantasiarem dela.
Aprendi a distinguir com facilidade
verdades de grandes mentiras.
Descobri que as vezes é preciso desabar,
Para aprender a levantar-se e seguir novamente.
Aprendi que talvez ele não seja tudo o que pensa,
Talvez ele seja muito mais ou bem menos.
Aprendi que aprender é muito prazeroso
E que todos tem dificuldades e defeitos.
Aprendi que todos tem o direito de ser feliz
Como quiser,com quem quiser,da forma que quiser.
Aprendi que cada um tem sua maneira de ser completo.
Descobri que talvez,eu seja mais uma temperamental.

Dádiva

Dádiva da minha vida,
Onde estás?
Aonde me encontrará?
Te sinto tanto.
Quero-te como inspiração,
Como tumulto,como distração.
Quero-te no momento certo,
E agora e para sempre.
Quero-te da minha maneira.
Quero-te para a vida inteira.
Quero-te flutuando nos meus sonhos,
E sobrevivendo em minhas inconstâncias.
Quero-te como o mar,
Que inunda e encanta.
Que mesmo leve ou forte,
Sempre me quebrantará
Com suas suaves ondas e seus doces beijos.

Perdoa-me

Perdoa-me,
Por ser incansável,
Indecifrável,indiferente.
Perdoa-me,
Por ter sido arrebatada
Com tal intensidade.
Não sou tão volúvel,
Mas por ti e em ti
me superei e me perdi.
Perdoa-me,
Por não saber me entregar
Por inteiro.
Só pela metade.
Perdoa-me,
Por ser tão receosa.
Mas perdi meus medos
Ao te encontrar.
Perdoa-me,
Não quero entender,
Nem sei como explicar.
Eu,que com as palavras brinco,
As perdi no seu olhar.
Estou atordoada,inconsolável.
Sua ausência me tira o sossego,
Já não sei me controlar.
Perdoa-me,
Se não sei admitir.
Só sei que por ti e em ti,
Me superei e me perdi.

sábado, 13 de novembro de 2010

Da onde vim?

Se me perguntares
Da onde vem meu dom,
Aprosento-te a imagem
De uma bela mulher.
Flexível,protetora.
Fonte de fé
E de sonhos incessantes.
Dona do meu caráter
E da minha admiração.
Se me perguntares
Da onde vem minha inspiração,
Apresento-te a imagem
De um grandioso homem.
Forte,expansivo,adorável.
Fonte de garra
E determinação.
Dono da minha integridade
E do meu respeito.
Corpos que se fundiram
E deram origem ao meu ser.
Minhas palavras fogem
E são insuficientes
Para descrever minha gratidão.
Só sei que os amo
Com toda minha vida.
E na intensidade
Do meu orgulho,vivem.
E jamais morrerão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Oportunidades

Eu tive a oportunidade
De conhecer pessoas.
Umas se foram a tempos.
Outras ficarão pra sempre.
Eu tive a oportunidade
De experimentar essências.
Umas mais fortes,
Outras mais leves.
Mas deixaram sua leveza
E levaram minha inconstância.
Eu tive a oportunidade
De ter amigos.
E conhecer passantes.
E viver decepções.
E saber o que é efêmero.
Eu tive a oportunidade
De ver você passar,
E ver você ficar
E ver você partir.
Eu tenho a oportunidade
de fazê-lo eterno.
Eu tenho a capacidade
De guardá-los para sempre.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Minha insanidade

A minha insanidade
Me toma o senso comum.
Minhas manias,
São relativamente oriundas.
Ostento minhas ideias,
Mas poucos a compreendem.
E não os questiono.
Estão todos limitados,
À importâncias concretas.
Mas tenho o prazer,
E o desprazer
De me questionar.
Estou me explorando.
Estou recriando
E projetando.
Gosto da possibilidade
De ser exótica.
De ser insana.
De libertar o meu ser.

Aceite-se

Saiba dar,doar-se.
Saiba criar,improvise.
Saiba confiar,acredite.
A vida sabe correr.
Esqueça pesadelos.
Esqueça rancores.
Esqueça privações.
Adquira o direito,
De abrir mão,de abandonar.
O amor não é tão pequeno,
Ele tem outras faces,
Outras fazes.
Aceite as pessoas.
Aceite-se.
Deixe fluir os dias.
Sinta-se mais.
E não se importe,
Nem se limite.
Não recue.
Não se precipite.
A vida se encarregará
De lhe mostrar
E lhe trazer o que é seu.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O pássaro e a mulher

Uma vez eu fui um pássaro,
Sabiá,eu voei.
Por entre as árvores,
e conhecia nuvens.
Alimentava-me de céu,
Ouvia a voz divina.
E ela me guiava.
Uma vez eu fui mulher.
E por ele,me apaixonei.
Por entre as ruas,
caminhava,mas nada via.
E ainda assim,
Conhecia as nuvens.
Alimentava-me dos olhos seus.
Ouvia a voz divina.
E ela me guiava.
E ela me entendia.